Branca de Neve (2025): Como o Filme da Disney Virou um dos Mais Polêmicos do Ano e o Impacto no Marketing
Em março de 2025, a Disney lançou um de seus projetos mais ambiciosos: o remake live-action de Branca de Neve, inspirado no clássico de 1937 que marcou a história do cinema como o primeiro longa-metragem de animação do estúdio. Porém, ao invés de repetir o sucesso nostálgico de adaptações como A Bela e a Fera ou Aladdin, o filme mergulhou em uma tempestade de controvérsias.
Ao longo de sua campanha de divulgação, o título acumulou polêmicas envolvendo representatividade, críticas ao material original e até disputas políticas internacionais. Como resultado, a Disney foi obrigada a rever sua estratégia de marketing, adotando medidas cautelosas para conter os danos à imagem do projeto.
Neste artigo, você vai entender por que “Branca de Neve (2025)” se tornou tão polêmico, quais foram os principais pontos de crítica e como tudo isso se refletiu na bilheteria e na reputação da marca.

A escolha de Rachel Zegler e a polêmica da representatividade
O primeiro grande ponto de atrito surgiu com a escalação de Rachel Zegler, atriz de origem colombiana, para viver a protagonista. Embora muitos tenham celebrado a diversidade, uma parcela mais conservadora do público criticou a decisão, alegando que a personagem clássica tinha “pele branca como a neve”, conforme descrito no conto original dos Irmãos Grimm.
Além disso, declarações da própria Zegler durante entrevistas ampliaram a rejeição. A atriz afirmou que não gostava do filme de 1937, chamando-o de “antiquado” e criticando o papel passivo da princesa, que sonhava apenas em encontrar o príncipe. No remake, sua personagem teria um novo objetivo: liderar um reino.
Esses comentários dividiram o público. De um lado, estavam aqueles que apoiavam uma releitura feminista e moderna da trama. De outro, fãs tradicionais acusaram a atriz de desrespeitar o legado da Disney.
A questão dos Sete Anões
Outro ponto que alimentou as críticas foi a decisão do estúdio em relação aos Sete Anões.
O ator Peter Dinklage, conhecido por Game of Thrones, declarou que a Disney perpetuava estereótipos sobre pessoas com nanismo ao manter os personagens na história. Para evitar maiores polêmicas, o estúdio optou por retratá-los como criaturas mágicas geradas por CGI, utilizando apenas um ator com nanismo na captura de movimentos.
Contudo, a solução gerou nova onda de reclamações: enquanto alguns aplaudiram a tentativa de modernizar, outros argumentaram que a medida tirava oportunidades de trabalho de atores com nanismo.
Conflitos políticos entre as protagonistas
Como se não bastassem as controvérsias criativas, o filme também foi marcado por um embate político fora das telas.
Durante a divulgação do trailer, Rachel Zegler publicou uma mensagem em apoio à Palestina, enquanto Gal Gadot, intérprete da Rainha Má, declarou apoio a Israel. O choque de posicionamentos em meio ao conflito Israel–Palestina gerou um verdadeiro campo de batalha nas redes sociais, com hashtags de boicote partindo de ambos os lados.
A situação escalou a ponto de a Disney reforçar a segurança de Gadot e separar completamente as agendas promocionais das duas atrizes. Eventos de estreia foram reduzidos e até cancelados, justamente para evitar protestos.
A reação negativa do público
Além das polêmicas políticas e criativas, o público demonstrou clara rejeição ao filme já na fase de divulgação. O trailer oficial ultrapassou 1 milhão de “dislikes” no YouTube, um recorde negativo para produções da Disney.
Muitos apontaram falta de fidelidade estética ao clássico, enquanto outros consideraram a produção “sem vida” e carente de criatividade. Essa reação online antecipou o que viria a acontecer nas bilheteiras.
Estratégias de marketing afetadas pelas polêmicas
Diante do clima hostil, a Disney precisou ajustar sua estratégia de marketing. Em vez de apostar em grandes campanhas globais, como é comum em seus lançamentos, o estúdio:
- Reduziu eventos presenciais de divulgação, optando por sessões discretas sem tapete vermelho.
- Separou as protagonistas em entrevistas, evitando colocá-las lado a lado.
- Monitorou as redes sociais de Rachel Zegler, contratando consultores de imagem digital para controlar possíveis novos desgastes.
- Adotou um discurso mais neutro, tentando focar no aspecto técnico e visual do filme, e não no elenco.
Apesar dos esforços, o dano já estava feito. A imagem do filme estava associada mais às polêmicas do que à sua proposta artística.
O resultado nas bilheteiras
Com orçamento estimado entre US$ 240 milhões e US$ 270 milhões, o remake arrecadou apenas cerca de US$ 205 milhões mundialmente, tornando-se um dos maiores fracassos financeiros da Disney na última década.
Para especialistas, o insucesso não foi causado apenas pelas polêmicas políticas, mas também por fatores criativos. O público já demonstra certo cansaço com os remakes live-action do estúdio, que muitas vezes não apresentam novidades relevantes além da nostalgia.
Conclusão
O caso de Branca de Neve (2025) mostra como um filme pode sair do campo artístico e se transformar em um fenômeno de debate cultural e político. Entre críticas sobre representatividade, mudanças na narrativa, disputas ideológicas e estratégias de marketing de contenção, o projeto acabou sendo engolido por suas próprias controvérsias.
Mais do que um fracasso de bilheteria, o título se tornou um estudo de caso sobre os desafios da Disney em equilibrar tradição, inovação e política em seus filmes. Afinal, em uma era em que redes sociais amplificam qualquer posicionamento, cada escolha criativa ou declaração de elenco pode transformar-se em um ponto de ruptura entre público e estúdio.